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Geral

Dólar sobe R$ 1 desde aprovação do arcabouço fiscal

Para economistas, movimento reflete, entre outros fatores externos e domésticos.

CNN Brasil

30 de Outubro de 2024 - 08:21

Dólar sobe R$ 1 desde aprovação do arcabouço fiscal
Nota de 100 dólares. Foto: REUTERS/Sam Mircovich

O dólar fechou a última terça-feira (29) a R$ 5,76 — exatamente R$ 1 acima dos R$ 4,76 cotados no dia da aprovação do arcabouço fiscal pelo Senado Federal, em 21 de junho de 2023. Para especialistas consultados pela CNN, o movimento reflete, entre outros fatores, incertezas que rondam a regra.

O Senado naquele momento deu os contornos finais ao arcabouço e devolveu o projeto de lei complementar à Câmara. A Casa baixa aprovou e o Planalto sancionou a norma no final de agosto de 2023, quando o dólar rondava os R$ 4,90.

De lá para cá, o governo enfrenta obstáculos para cumprir as metas de resultado primário fixados — e chegou até a alterá-las para anos a partir de 2025. O arcabouço fiscal traz regras de crescimento de despesa, mas a ideia é de que os superávits pudessem “adiantar” a estabilização da dívida pública.

Uma série de fatores externos e domésticos impactam a alta da moeda americana frente ao real. Para o economista e especialista em contas públicas Murilo Viana, as dificuldades do governo em viabilizar as metas de primário — com um esforço sobretudo sobre a arrecadação até aqui — é uma delas.

“Embora as metas sejam cumpridas formalmente, o governo apresenta dificuldades para conduzi-las no médio prazo. A dívida pública segue crescendo, e este é um dos fatores que enfraquece a moeda brasileira em relação ao dólar”, indica.

Como agravante, o economista menciona incertezas sobre a revisão de gastos prometida há meses pela equipe econômica. Fala do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, sobre a gestão federal não ter data ou projeção de economia a ser divulgada para o corte de despesas contribuiu para a alta 1% do dólar na última sessão.

Na terça-feira, o dólar fechou no maior patamar desde 2021. A alta é conferida em partes também ao ambiente externo. Economistas apontam as eleições americanas, que acontecem no próximo dia 5, como um dos focos de temor a impactar negativamente as economias emergentes.