Justiça
Justiça mantém na cadeia traficante preso em Sidrolândia com 628 kg de drogas
Flávio Paes/Região News
27 de Outubro de 2020 - 08:32
A desembargadora do Tribunal de Justiça, Dileta Terezinha Souza Thomaz, negou ontem, segunda-feira (27), o pedido de habeas corpus e manteve preso Adlan Ruan Gonçalves, 29 anos, preso pela Polícia Militar no último dia 20 de setembro no pátio do Posto Pé de Cedro, com 628 quilos de entorpecentes, que transportava no veículo Santana placa HQW-8141.
A desembargadora ratificou a decisão do juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Cláudio Muller Pareja, que no último dia 19, manteve a preventiva de Adlan, que foi preso com o casal, José Augusto Ferreira e Liz Maria Ramirez, de nacionalidade paraguaia, contratados para atuar como batedores.
Na sua decisão, a desembargadora sustenta a necessidade de manter Adlan preso “dada a gravidade do delito imputado ao paciente, o contexto da prática criminosa e os indícios de periculosidade dos envolvidos”. Ela ratificou a sentença do juiz criminal, que rejeitou o argumento da advogada de defesa pela soltura do acusado. Ele apresentou prova de que tem residência fixa (a cópia de uma conta de água em nome da mãe dele, residente em Maracaju) e emprego (está recebendo seguro-desemprego). Tampouco invocou o risco de contaminação pelo novo coronavírus, caso fosse mantido preso.
O juiz reconheceu que aumentou o número de casos de contaminação pelo coronavírus nos presídios, mas lembrou que “não é uma condição exclusiva das unidades penais, mas sim de todo o Estado. Nesse aspecto, registro que segundo boletim divulgado pela Agepen/MS no último dia 16 de outubro, há 2590 casos confirmados de coronavírus, sendo que 221 deles são servidores e 19 são presos monitorados por tornozeleira, ou seja, pessoas que não se encontram custodiadas em unidades penais e ainda sim foram infectadas”.
Além do mais, argumenta o juiz na sua decisão, se de fato Adlan estivesse preocupado com a pandemia não estaria viajando (mora em Maracaju e estava em Sidrolândia, transportando droga). “O autuado estava viajando para cidade distinta de onde reside, ou seja, não estava obedecendo ao distanciamento social e à necessidade de permanecer em casa. Assim, se não respeitava antes, certamente não o fará caso solta, de modo que, se há risco de ser contaminado dentro da prisão, ele é ainda maior fora, notadamente para quem as regras, como o dito”.
A prisão
O traficante e o casal de batedores foram presos por um incidente banal. Eles tiveram que parar no Posto Pé de Cedro porque o carro em que Adlan viajava (carregado de 567,75 kg de maconha e 61,1 de Skank) um Santana, apresentou problemas mecânicos e ele chamou um guincho para levar até uma oficina. Enquanto isto os batedores lanchavam.
Os policiais foram alertados por uma denúncia de que um carro (com problemas mecânicos) estava parado no posto e foram lá para abordar os suspeitos. Encontram uma pequena quantidade de droga no carro dos batedores (seria para o consumo pessoal de José Augusto) e eles acabaram entregando o comparsa. Todos foram presos e tiveram a preventiva decretada pela Justiça.