Justiça
Justiça revoga preventiva de PM preso por tentativa de feminicídio
Na decisão, o juiz criminal Cláudio Müller Pareja, estabeleceu como medidas cautelares, a exigência de comparecimento mensal.
Redação/Região News
08 de Fevereiro de 2023 - 10:12
Preso há 108 dias por tentativa de feminicídio contra a namorada, o soldado da Polícia Militar N.C.B.A.R.S, 31 anos, foi colocado em liberdade na última segunda-feira com a revogação da prisão preventiva.
Na decisão, o juiz criminal Cláudio Müller Pareja, estabeleceu como medidas cautelares, a exigência de comparecimento mensal em juízo para comprovar endereço e atividades, além da proibição de se ausentar do país mediante entrega do passaporte. Ao longo da instrução criminal, o acusado que ainda está na fase de formação como policial militar, teve o porte de arma suspenso.
A própria vítima, resgatada na BR-060 por um casal dia 18 de outubro do ano passado, com sangramento num dos ouvidos e traumatismo craniano, foi determinante para revogação da prisão que anteriormente tinha sido mantida pelo Tribunal de Justiça.
A jovem L.R.E.M.S, 29 anos, que por causa da gravidade dos ferimentos foi levada para a Santa Casa onde permaneceu internada, apresentou uma versão dos fatos diferente da que havia relatado à Polícia durante a fase de inquérito.
Nesta nova narrativa, feita por escrito e em vídeo anexado ao processo, L.R não só inocenta o acusado, mas diz que agindo sob efeito de remédios e até de cocaína, o teria provocado com palavras e tentado agredi-lo.
Em janeiro a jovem contratou advogado e pleiteou na Vara Criminal o direito de visitar o suposto agressor no Presídio Militar porque com quem já se reconciliara após o episódio ocorrido em outubro. O pedido foi negado pelo magistrado, ratificando a decisão da Agepen (agência que administra os presídios), que havia indeferido a solicitação no âmbito administrativo.
A nova versão
L.E.M.S, ratificou a sua nova versão dos fatos, manuscrita (com firma reconhecida em cartório) e em vídeo, para uma equipe de investigação social da 1ª Vara do Tribunal do Júri, que esteve na casa da vítima (no Jardim Santa Emília) no último dia 26 de janeiro.
Ela descreveu o suposto agressor, como "amoroso ", que tratava as filhas dela como se fossem dele. Conforme seu relato, em 18 de outubro do ano passado ela e o namorado resolveram vir em Sidrolândia comer um pão de queijo.
Quando chegaram na região próxima à Estação Bolicho, o rapaz o teria comunicado a intenção de ir para os Estado Unidos trabalhar. Com a revelação ela se sentiu traída e num ataque súbito de fúria o agrediu e ele revidou.
Houve uma luta corporal e nisto N.C.A perdeu o controle da direção do Honda Civic que saiu da pista. A moça teria aberto a porta do carro, saltado, quando teria batido a cabeça, provocando traumatismo craniano ferindo um dos ouvidos. Além do depoimento, a jovem apresentou um laudo toxicológico para comprovar que faz uso de cocaína.
Versão original
Conforme o boletim de ocorrência, dia 18 de dezembro do ano passado a Polícia Militar foi acionada para dar apoio à Polícia Rodoviária Federal no atendimento de uma ocorrência envolvendo o motorista de um Honda que vinha de Campo Grande em alta velocidade, com manobras perigosas, invadindo a pista contrária. No trajeto, a guarnição se deparou com a vítima quando era socorrida por um casal que vinha de Campo Grande.
L.E.M.S, apresentava fratura no crânio, maxilar, sangramento num dos ouvidos. Conforme nota da Santa Casa, ela deu entrada no hospital às 21h02 onde teve de passar por avaliação de neurologistas e bucomaxilofacial. A agressão teria motivada porque ele não aceitava o fim do relacionamento.