Justiça
Mulheres que mataram por asfixia e carbonizaram idosa vão à julgamento quinta-feira
Flávio Paes/Região News
18 de Outubro de 2020 - 20:20
Na próxima quinta-feira, dia 22, a partir das 9 horas, vão à julgamento pelo Tribunal de Júri do Fórum da Comarca de Sidrolândia, Karina Beatriz Ferreira e Sherry Silva Maciel, acusadas de terem matado de forma brutal, queimado e descartado o corpo da aposentada Lídia Ferreira de Lima. Ela foi morta dia 26 de fevereiro de 2017 e seu corpo foi localizado 24 horas depois, às margens da rodovia MS-162, enrolado em plástico filme e carbonizado.
A Polícia só conseguiu identificar os restos mortais de dona Lídia, que residia em Maracaju e era dada como desaparecida, em junho de 2019, quando foi concluída uma minuciosa pesquisa de confrontação de impressão datiloscópica feita com a base de dados de institutos de identificação de vários estados. Até chegar as acusadas foram dois anos de investigação desencadeadas a partir de denúncias de familiares do desaparecimento da aposentada.
No último dia 28 de setembro, o juiz Cláudio Muller Pareja, da Vara Criminal, marcou o julgamento das duas acusadas que estão com prisão preventiva decretada desde abril de 2019, quando foram presas. Elas foram pronunciadas e vão à julgamento por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e estelionato. A combinação das três penas, pode resultar em condenação até 28 anos de cadeia.
As duas acusadas moravam em Sidrolândia, Karina Beatriz Ferreira, 49 anos, ex-merendeira da Escola Estadual Catarina de Abreu, que foi candidata a vereadora em 2016. Sherry Silva Maciel, 39 anos e foi presidente do diretório municipal do PC do B. Karina conheceu Lídia Ferreira num centro de candomblé, quando a vítima passava por um momento difícil porque havia perdido a mãe pouco antes.
Karina convenceu a idosa que tinha poderes mediúnicos, sendo capaz de incorporar o espírito de pessoas que morreram. Na expectativa de que conseguiria manter contato com a mãe morta, Lídia (então residente em Maracaju) veio para Sidrolândia. Morava na casa de Karina, onde conforme a polícia apurou, viveu por dois anos, praticamente em cárcere privado, trancada num quarto. A suspeita se apossou do cartão de aposentadoria e da senha da vítima passando a receber os benefícios. Estaria também interessada em se apropriar dos bens herdados por Lídia Ferreira.
No início de 2017 familiares de Lídia (residentes em Maracaju) revolveram entrar na Justiça para pedir a interdição dela. Como perderia o acesso a aposentadoria da vítima, Karina em conluio com Sherry Silva, deu um remédio para a vítima dormir, envolveram o corpo dela num plástico filme, matando-a por asfixia. Colocaram num carro, jogaram às margens da MS-162 (perto de Maracaju) e atearam fogo para dificultar a identificação do cadáver.