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Política

Cadeiras são parafusadas para novo debate em SP

RedeTV tomou uma medida radical para evitar que o episódio de violência se repita após cadeirada de Datena em Marçal.

Top Mídia News

17 de Setembro de 2024 - 09:33

Cadeiras são parafusadas para novo debate em SP
Datena dando cadeirada em Marçal. Foto: Reprodução/Metrópoles

Abrande o espírito. Não há por que temer outro ato de violência física no debate que será travado logo mais, a partir das 10h, na RedeTV, entre os candidatos a prefeito de São Paulo. Esqueça a cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu de livre e espontânea vontade em Pablo Marçal (PRTB). E que Marçal aceitou de bom grado, como ele mesmo admitiu depois.

Foi um incidente coreografado. Marçal provocou Datena porque o sorteio o impediu de fazer algo parecido com Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), os líderes das pesquisas. Datena revidou chamando-o de “ladrãozinho”. Então, Marçal respondeu que ele não era homem para bater nele. Datena provou que era, valendo-se da cadeira. Só faltou Marçal agradecer.

Diga-se a favor de Marçal que ele avisou de véspera que estava pronto para protagonizar uma baixaria jamais vista em debates entre candidatos a cargos públicos. Cumpriu o que prometera. Marçal vinha de uma semana difícil. Na mais recente pesquisa Datafolha, seu índice de intenção de voto oscilou para 19%, atrás de Nunes (27%) e Boulos (25%). Sua rejeição subiu para 44%.

Sem direito a propaganda no rádio e na televisão, ele virou o principal alvo das críticas dos seus adversários. O governador Tarcísio Nunes (Republicanos) acelerou ações a favor de Nunes. Para completar tamanha desdita, Marçal havia anunciado que reuniria 20 mil motoqueiros para animar um dos atos de sua campanha. Se muito, compareceram cerca de 200, e olhe lá.

A RedeTV tomou uma medida radical para evitar que o episódio de violência se repita: as cadeiras dos debatedores estarão aparafusadas no chão. Haverá mais agentes de segurança no palco. Não é uma maravilha? No debate promovido pela TV Cultura, 30 agentes de segurança não deram conta do recado. E as cadeiras não estavam parafusadas no chão. Uma imprevidência, de fato.

Por via das dúvidas, talvez fosse o caso de pôr um agente de segurança atrás de cada candidato, numa espécie de atendimento personalizado. E mais agentes nos espaços que separam um candidato do outro. Se algo de estúpido ocorrer assim mesmo, o diretor do programa deve interromper a transmissão sem precisar para tal ouvir a ordem gritada pelo mediador do debate: “Nossos comerciais”.

Aumentou exponencialmente o número de seguidores de Datena e de Marçal nas redes sociais. Datena ganhou 40 mil, segundo a Bites, e Marçal, 400 mil. Seguidor não quer dizer eleitor. Amanhã é dia de nova pesquisa da Quaest, encomendada pela TV Globo, e na quinta-feira de mais uma pesquisa Datafolha. Na sexta-feira, se até lá não for cancelado, haverá mais um debate.

No país do da jabuticaba como “coisa nossa”, brotou mais uma fruta nativa: o debate aparafusado.