Política
Cortes na Petrobras podem ameaçar fábrica de fertilizantes do MS
Débora Diniz, de Brasília
19 de Maio de 2011 - 16:22
A pressão para que a Petrobras recue da intenção de ampliar seu plano de investimentos pode comprometer a instalação da fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul. Esta é a preocupação do senador Delcídio do Amaral, que tem conversado com diretores da estatal para assegurar que o projeto seja executado.
Vamos acompanhar de perto e evitar que tenhamos prejuízo. Se tiver que cortar, que cortem em outro lugar, não em Mato Grosso do Sul, diz o parlamentar.
A Petrobras adiou o anúncio do plano de investimentos 2011-2015, inicialmente previsto para 13 de maio, justamente para reajustá-lo. A preocupação do governo é que um volume maior de investimentos por parte da estatal aqueça demais a economia e provoque aumento da inflação.
O tamanho dos eventuais cortes ainda não foi definido, mas a pressão é para que a empresa no máximo mantenha o volume de investimentos atuais, de aproximadamente R$ 224 bilhões. A expectativa anterior era de que o patamar subisse para perto de R$ 270 bilhões.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considera o plano ambicioso e difícil de ser implementado. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria pedido à estatal para preparar um plano de investimentos mais realista, menos agressivo, sem excessos e com foco na eficiência.
Quando isso acontece, existe a mania de cortar dowstream, que é justamente a refinaria, a produção. E minha preocupação é que a fábrica de fertilizantes entre nesse processo, explica Delcídio.
A fábrica de fertilizantes nitrogenados a UFN III será instalada no município de Três Lagoas. A licença para a construção do complexo foi obtida em fevereiro e a previsão é de que a produção comercial seja iniciada em abril de 2014.
Com capacidade para 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761 toneladas de amônia por ano, será a maior unidade de fertilizantes nitrogenados da América Latina. Hoje o Brasil importa 67% da ureia consumida no País.
Precisamos ficar muito atentos a essa discussão. Não podemos aceitar isso, porque é um investimento fundamental não só para o nosso estado, mas para todo o Brasil, porque vai diminuir a dependência em insumos importados para a agricultura", pondera o senador.