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Política

Reforma política prevê chapas com 50% de mulheres candidatas

O atual sistema de cotas prevê que pelo menos 30% dos candidatos de um partido têm que ser de um dos gêneros

Agência Brasil

08 de Abril de 2011 - 09:07

A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou ontem (7) a proposta de fazer um referendo sobre o sistema eleitoral brasileiro e de cotas de 50% para as mulheres nas eleições proporcionais. O atual sistema de cotas prevê que pelo menos 30% dos candidatos de um partido têm que ser de um dos gêneros.

A nova proposta, que leva em conta o voto em lista fechada, já aprovada anteriormente pela comissão, propõe que a lista de candidatos intercale homens e mulheres, de modo a garantir número igual para os dois gêneros, o que gerou polêmica durante a reunião.

Alguns senadores, como Roberto Requião (PMDB-PR) consideraram a proposta equivocada. “O sistema de cotas é altamente discriminatório. Por que 50% e não 80% [de mulheres na chapa]? Por que não poderíamos ter uma chapa integralmente de mulheres, se fosse esse o caso? Quero me posicionar contra a demagogia das cotas”.

Um dos argumentos dos senadores contrários à proposta é que partidos não têm conseguido cumprir a cota de 30%. “Acho que o grande problema chama-se recrutamento. Muitas vezes não se consegue preencher a cota mínima de 30% por gênero. E quase sempre é a mulher que não se inscreve para se candidatar”, disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que apesar de sua declaração votou favoravelmente ao sistema de cotas.

Para a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), no entanto, não será difícil para os partidos encontrarem mulheres capacitadas para assumirem cargos eletivos na proporção estabelecida pelas cotas. “Se você levar em conta que hoje a mulher está mais ativa, mais destacada pela competência, na lista fechada você pode colocar ali muitas mulheres qualificadas. Não vejo demagogia”.