Política
Sabatina vira prévia da vitória de Marisa
Marisa e o deputado Arroyo, foram sabatinados pela CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), numa sessão inédita.
Midiamax
15 de Junho de 2011 - 08:11
Embora afirmando que em disputa política o vencedor só é conhecido após as contagens dos votos, a senadora Marisa Serrano, do PSDB, deixou o plenarinho da Assembleia Legislativa, onde foi sabatinada, no fim da tarde desta terça-feira, convicta que é grande a sua chance de deixar o Senado para ocupar a sétima vaga do conselho do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Pelos cálculos de deputados ouvidos pelo Midiamax, Marisa deve conquistar 15 votos e seu único e principal adversário, o deputado estadual Antonio Carlos Arroyo, do PR, apenas seis.
Marisa e o deputado Arroyo, foram sabatinados pela CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), numa sessão inédita.
Até hoje, 33 anos de criação do estado de Mato Grosso do Sul, um conselheiro do TCE nunca enfrentou disputa nem sabatina.
Outra situação ainda não vista no parlamento estadual: um petista comandou a sessão da CCJR, no caso o deputado Pedro Kemp. Isso porque Arroyo, o chefe da Comissão, era o questionado.
Mesmo com o ineditismo, as perguntas destinadas aos concorrentes eram parecidas uma com a outra e a respostas, iguais, beirando o que poderia se chamar de avaliação ensaiada.
Os dois candidatos, por exemplo, acham que a atual gestão do TCE está no rumo certo e que se vencerem não teriam propostas diferentes para incrementar as ações tocadas hoje pela corte. Eles elogiaram o comando do TCE e, se eleitos, prometeram dar continuidade aos projetos já postos em prática.
Marisa Serrano disse que sua ida para o TCE partiu de um desejo seu. Quero voltar para o meu Estado, trabalhar aqui, disse a senadora que completa 64 anos de idade na semana que vem. A eleição de Marisa representaria sua aposentadoria na política, já que como conselheira não poderia participar de legendas partidárias.
No entanto, Marisa deve virar conselheira, com facilidade, graças à influência que o governador André Puccinelli, do PMDB exerce sobre a Assembleia Legislativa.
Ele determinou, por exemplo, que o líder do governo na Assembleia, Júnior Mochi, também peemedebista, votasse na senadora. Dos 24 deputados estaduais, Puccinelli conta 18 aliados. E, como numa espécie de regra legislativa, geralmente os parceiros do governador seguem o voto da liderança.
O primeiro
Arroyo foi o primeiro sabatinado na sessão que começou por volta das 15 horas e acabou perto das 18 horas. Ele pontuou em alguns momentos da sabatina ao dizer que desde que se se formou engenheiro civil, em 1976, atua no serviço público, ora como secretário de Obras, ora como parlamentar. O deputado, de 57 anos de idade, disse que há 40 anos atua na vida política. Ele inclui nesse tempo a época de liderança estudantil.
Arroyo não sofreu nenhuma pressão e, pelo visto na audiência, seu desempenho não ficou atrás de sua concorrente.
A deputada estadual Mara Caseiro, do PT do B, ainda pela manhã desta terça-feira, deixou a entender que, por influência externa, Marisa já acumulava vantagens sobre Arroyo.
A parlamentar disse ainda que a Assembleia perdeu a credibilidade ao concordar com o pedido de Puccinelli, no caso, de votar em Marisa.
Já durante a sabatina Mara não direcionou perguntas a nenhum candidato.
Marisa coerente
O deputado Paulo Duarte viveu momentos antagônicos durante a sabatina. Na vez de Arroyo, ele teve uma pergunta embargada pelos membros da CCJR. Ele quis perguntar ao deputado se a nomeação do novo conselheiro estaria contando mais pelas influências técnicas que as influências técnicas.
O deputado estadual Eduardo Rocha, do PMDB, o interpelou logo e disse que aquela pergunta deveria ser feita durante uma sessão, não ali, na sabatina. Arroyo nem sequer respondeu a questão.
Noutra sabatina, de Marisa, Duarte aliviou a senadora ao dizer que ela sempre impôs uma oposição coerente aos governos de Lula e de Dilma.
Votos
Pelas contas dos deputados ouvidos pela reportagem logo após a sabatina, Arroyo teria como certo os votos da bancada petista (4), da deputada Mara Caseiro e do deputado Marquinhos Trad, do PMDB. Já Marisa deve obtever votos da maioria dos 18 deputados aliados de Puccinelli.