Política
Tucanos se reúnem para discutir prejuízos com Marisa Serrano no TCE
A indicação de Marisa é tida como certa por alguns deputados, enquanto uma ala ainda aguarda o posicionamento da Mesa Diretora
Midiamax
25 de Abril de 2011 - 07:39
A semana começa para o PSDB de Mato Grosso do Sul com uma reunião nesta segunda-feira (25) entre deputados estaduais e o Diretório Regional do partido. Os tucanos vão conversar pela primeira vez oficialmente sobre os prejuízos para legenda com a suposta manobra política do governador André Puccinelli (PMDB) para colocar a senadora Marisa Serrano no Tribunal de Contas (TCE-MS).
A indicação de Marisa é tida como certa por alguns deputados, enquanto uma ala ainda aguarda o posicionamento da Mesa Diretora da Assembleia, que também deve ser definido nesta segunda.
O outro candidato, Antonio Carlos Arroyo (PR), não desistiu da vaga e tem apoio declarado de pelo menos oito deputados. A votação é secreta.
O PSDB e a senadora, apontada como maior expoente eleitoral do partido, ainda não conversaram sobre a possível ida dela para o TCE-MS.
Os rumores de que a indicação pode ocorrer já na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira (26) acirram os ânimos de alguns tucanos, que consideram a indicação da senadora um "golpe duro" nos planos partidários do PSDB em MS.
Desde o início das negociações para a indicação do próximo conselheiro, após o luto de Jallad, Puccinelli deixou claro que o nome sairia do Parlamento Estadual, sendo de responsabilidade dos deputados. Na própria Assembleia, no entanto, deputados admitem que há muita pressão para indicação do nome imposto pelo governador: Marisa.
Aos poucos, as candidaturas de parlamentares que ganharam forma, dos peemedebistas Jerson Domingos e Maurício Picarelli, foram minadas. Além deles, Antonio Carlos Arroyo, do PR, resiste no páreo.
Mandar a tucana para o cargo de conselheira seria parte de um acordo, que beneficiaria os correligionários do governador na disputa eleitoral em 2012, tirando um nome forte para a prefeitura de Campo Grande, e abrindo uma vaga no Senado Federal.
O acordo também poderia acontecer em nível federal: tiraria forte oposição ao governo federal que Marisa faz no Senado, para a entrada de Antonio Russo Netto (PSDB), suplente de Marisa e desconhecido mesmo em partes das fileiras tucanas.
Deputados estaduais do PSDB imediatamente se manifestaram, a maioria acreditando que Marisa não abriria mão do cargo de Senador. Alguns, como o parlamentar Márcio Monteiro, ainda afirmaram que os tucanos perderiam força em MS com essa baixa. A senadora foi no mesmo sentido, afirmando que não mexeria nenhuma palha pela vaga.
Porém, mesmo com a resistência dos membros do PSDB, o nome da senadora foi tomando força, enquanto outros foram perdendo. O presidente da ALMS, Jerson Domingos, anunciou ainda em março que não concorria mais ao cargo, e seu correligionário Maurício Picarelli acabou não recebendo nenhum tipo de apoio. No pleito ficaram apenas Marisa Serrano e Antonio Carlos Arroyo.
A posição da própria Marisa começou a mudar e alguns deputados, como Marquinhos Trad (PMDB), deixaram escapar, já neste mês de abril, terem recebido contatos da senadora pedindo votos. Para ser confirmada como conselheiro do TCE, o candidato precisa do apoio de ao menos 13 deputados.
No outro lado do pleito, Arroyo tem o apoio de pelo menos oito deputados estaduais, porém pode estar sendo pressionado para sequer se candidatar.