Sidrolândia
Caminhoneiros bloqueiam saída para Maracaju, em protesto contra preço abusivo de diesel
A medida em que os caminhões vão passando os motoristas são convencidos a se incorporar ao protesto e estacionam os veículos.
Flávio Paes/Região News
22 de Maio de 2018 - 09:59
Desde as 6 horas da manhã, caminhoneiros estão bloqueando o tráfego de cargas na BR-060, saída para Maracaju, numa manifestação organizada pela Cooperativa de Transporte de Sidrolândia que aderiu ao protesto nacional contra os aumentos abusivos dos combustíveis.
Como forma de alertar os motoristas que passem pelo local para que tomem cuidado e chamar atenção para o movimento, pneus estão sendo queimados as margens da estrada.
Na segunda-feira o protesto foi na outra extremidade da rodovia, na saída para Campo Grande. Não houve obstrução do tráfego, os veículos ficaram estacionados às margens da rodovia.
Na medida em que os caminhões vão passando os motoristas são convencidos a se incorporar ao protesto e estacionam os veículos no pátio do Posto Martinelli. A passagem de ônibus e veículos de passeio está liberada, além dos caminhões transportando carga viva, frango e boi, para atender a linha de abate dos frigoríficos instalados em Sidrolândia.
Ontem a Seara antecipou o recebimento de milho para sua fábrica de ração, se antecipando ao risco de desabastecimento decorrente da manifestação que estava programada desde ontem. Produtores rurais, solidários ao protesto, levaram faixas de apoio.
A CCR MS Via, concessionária da BR-163, registra interdições em Eldorado, Naviraí, Rio Brilhante, Bandeirantes e Campo Grande. Osni Bellinati, presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros) afirma que também há paralisações em Coxim e na MS-040 na Capital. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) afirma que também há interrupções na BR-267 em Maracaju e na BR-158 em Paranaíba.
Foram registrados protestos semelhantes nesta manhã na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Bellinati explica que ambulâncias e veículos com cargas vivas e/ou perecíveis são liberados a seguir viagem. Somente caminhões e carretas estão sendo parados. A categoria planeja aumentar ainda mais a quantidade de bloqueios até o meio-dia.
A paralisação começou a repercutir no estado no domingo, quando vários caminhoneiros decidiram não seguir viagem. Dezenas de veículos ficaram estacionados nos postos de gasolina na saída de Campo Grande. Ontem eles chegaram a colocar fogo em pneus para fechar as pistas.
Os profissionais querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. A carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.