Sidrolândia
Começa a chegar ainda este mês 1ª leva de 50 venezuelanos para trabalhar na JBS
Flávio Paes/Região News
11 de Outubro de 2020 - 21:03
Nas próximas semanas chega em Sidrolândia o primeiro grupo de refugiados venezuelanos, que atualmente estão acampados no Estado de Roraima, para trabalhar na JBS. Eles virão de avião do Exército brasileiro, desembarcarão em Campo Grande, serão trazidos de ônibus para o Parque de Exposição Waldomiro Comparim, onde ficarão alojados por dois meses no Pavilhão da Associação Empresarial, que já está sendo adaptado para recebê-los.
Atualmente há no Brasil aproximadamente 8 mil venezuelanos reconhecidos como refugiados políticos. Há um grupo deles em Campo Grande e em algumas cidades do interior, como Rochedo, onde trabalham no frigorífico local, morando em repúblicas.
Os refugiados tomarão café da manhã lá, mas farão as duas refeições diárias, no próprio frigorífico. Aqueles que se adaptarem ao trabalho e a cidade, vão alugar casa para fixar residência. A partir desta etapa, desocupado o pavilhão no parque de exposição, está prevista uma segunda leva, também de 50 refugiados, que igualmente vão ter oportunidade de trabalhar na JBS, unidade de Sidrolândia.
O projeto de acolhimento dos refugiados, que fugiram da fome e da perseguição do regime de Nicolau Maduro, além de razões humanitárias, atende as necessidades da JBS, que hoje enfrenta dificuldades para suprir sua carência de pessoal. Em média o frigorífico abre 100 vagas por mês que não são preenchidas.
Hoje a empresa recruta mão de obra nos assentamentos e até em Campo Grande, de onde diariamente vem 30 trabalhadores. Por causa da pandemia, a indústria (atualmente com 2.300 funcionários) teve de afastar (com licença remunerada) 300 funcionários entre indígenas e aqueles do grupo de risco. Eles só devem voltar a cumprir expediente em janeiro de 2021.
Conforme os números do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em agosto, registrou abertura de 58 vagas de trabalho (326 contratações, ante 268 dispensas), puxadas pelo comércio (37) e o setor de serviço (20) que voltaram a contratar com a flexibilização das medidas de isolamento social por causa da quarentena.
Os restaurantes e alguns serviços (barbearias, salões de beleza, academia) puderam voltar a funcionar até às 23 horas. Em compensação, o setor industrial (em que está inserido a JBS), demitiu mais que contratou (120 dispensas e 116 contratações). No acumulado dos primeiros 8 meses, o segmento abriu 208 empregos com carteira assinada, dos 504 criados pelo conjunto da economia da cidade.