Por unanimidade, trabalhadores rejeitam em assembleia proposta salarial da JBS

Em assembleia geral realizada neste domingo, que teve a participação de aproximadamente 800 pessoas, os trabalhadores da JBS rejeitaram a proposta de reajuste salarial da empresa. Diante da deliberação, o Sindicato dos Trabalhadores espera agora que em nova rodada de negociação, reveja especificamente dois pontos da proposta: a substituição da cesta básica por um cartão de compras no valor de R$ 174,00 e a exclusão do pessoal afastado (por problemas de saúde) do benefício da cesta. Há insatisfação também com o reajuste salarial de 4,77%, sem ganho real, quando mesmo com a pandemia, o frigorífico manteve a produção e as vendas para o mercado externo.

Para o presidente do Sindicato, Joel Santos da Cruz, se uma empresa de menor porte, como o Frigorífico Balbinos, ofereceu um reajuste salarial com um pequeno ganho real (0,003 ponto percentuais), é incompreensível que uma empresa com escala de atuação internacional, também não ofereça uma correção salarial acima da inflação.

O sindicalista está convencido que a empresa tem condições de conceder um aumento real, até como forma de reconhecimento a contribuição dos funcionários para continuar com alta lucratividade. A proposta de trocar a cesta por um cartão de compra também é vista como prejudicial. “Se fosse comprar no mercado os itens da cesta básica, o trabalhador vai pagar mais de R$ 220,00. Com os R$ 174,00 do cartão, isto seria impossível”.

A JBS manteve a participação dos lucros que é paga em abril, no valor de R$ 1 mil. Para ter direito a participação nos lucros, o trabalhador só poderá ter uma falta justificada ao longo do ano; quem tiver duas, receberá 75%; três faltas, 50%, quatro faltas, 25% e acima de 4 faltas, perde o benefício que em 2022 vai subir para R$ 1.100,00.