Sidrolândia
Sesai vai testar 1.200 indígenas e contratar equipe para atuar nas aldeias
O levantamento mais recente, divulgado na sexta-feira, mostra que 130 terena já testaram positivo e há mais de 200 sob investigação.
Flávio Paes/Região News
09 de Agosto de 2020 - 20:49
Com a explosão de casos de Covid-19 na Reserva Indígena Buriti (que abrange Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia) a partir desta semana a Secretaria Especial de Saúde Indígena vai testar pelo menos 1.200 indígenas. É um número expressivo considerando que até agora em todo o município, com mais de 60 mil habitantes, só 2.116 foram testados.
O levantamento mais recente, divulgado na sexta-feira, mostra que 130 terena já testaram positivo e há mais de 200 sob investigação. Nas duas cidades 7 terena morreram.
Na sexta-feira à noite o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson dos Santos, esteve em Sidrolândia, se reuniu com lideranças das comunidades, que reivindicaram um reforço na estrutura de atendimento da Sesai nas aldeias. O secretário anunciou que virá de Brasília suprimento de insumos, além dos testes de Covid-19 para atender as aldeias.
Garantiu a contratação de três técnicos de enfermagem, um enfermeiro e um médico para atuar na coordenação da testagem. Desde janeiro o polo de Sidrolândia está sem enfermeiro. Segundo o coordenador do polo de Sidrolândia da Sesai, Arildo Alcântara, farão exame indígenas com sintomas da doença (febre, dor no corpo, dificuldades respiratórias) e os parentes que tiverem contato com os casos positivos.
Na sexta-feira o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, em reunião com o prefeito de Sidrolândia, Marcelo Ascoli, cobrou maior envolvimento do município no atendimento às comunidades indígenas, um dos epicentros da pandemia na cidade. O Estado vai custear a instalação de mais 10 leitos clínicos no Hospital Elmíria Silvério Barbosa (o dobro da capacidade) para atender também pacientes de Dois Irmãos do Buriti.
Há dois meses não havia nenhum caso de Covid-19 entre os indígenas de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. As comunidades organizaram barreiras sanitárias para controlar o acesso nas aldeias. A JBS, onde há um grande contingente de trabalhadores indígenas, concedeu férias aos funcionários terena, além de afastar com remuneração, aqueles com grupo de risco. Mesmo assim os casos apareceram, provavelmente porque muitos não respeitaram a quarentena, nem evitaram aglomerações.