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SIDROLÂNDIA- MS

Delegada diz que Lucas, criminoso morto pelo Garras, era ciumento e controlador

Conforme a delegada, o rapaz se relacionou por três meses com a mãe das crianças que apesar do histórico de violência, nunca registrou boletim de ocorrência contra Lucas.

Com infomações do Campo Grande News/Região News

25 de Janeiro de 2024 - 13:36

Delegada diz que Lucas, criminoso morto pelo Garras, era ciumento e controlador
Lucas morreu ao reagir a uma abordagem policial em Sidrolândia (Foto: reprodução / rede social).

Após mais de um mês de investigação que culminou com a morte do marginal nesta quarta-feira com agentes do Garras, a delegada Bárbara Fachetti Ribeiro, avalia que Lucas Cáceres Krempener, 24 anos, tinha personalidade extremamente doentia, ciumenta e controladora. Lucas provocou o incêndio criminoso que deixou duas crianças, de 3 e 11 anos em estado grave.

Conforme a delegada, o rapaz se relacionou por três meses com a mãe das crianças que apesar do histórico de violência, nunca registrou boletim de ocorrência contra Lucas. Os abusos no relacionamento começaram com pequenas ameaças, ciúmes e posteriormente evoluíram para xingamentos. “Ele controlava a mãe das crianças de toda forma possível, o horário de trabalho dela e até as amizades”, disse.

Segundo Bárbara, Lucas hackeou todas as redes sociais da vítima, colocando o e-mail dele de contato para recuperar a senha. O casal teve muitos términos entre idas e vindas.

Em uma das ocasiões, quando estavam separados, o rapaz chegou a pular o muro da casa da ex, por várias vezes, para ameaçá-la. Em uma das ocasiões, matou o cachorro da família após pisar na cabeça do animal e jogou o corpo ao lado da residência, em um terreno baldio.

Em outro momento, por mensagens, dizia que não tinha nada a perder, iria acabar com a vida da mulher, estava louco, descontrolado. Lucas também já tinha tentado atropelar a ex e as crianças, mas não conseguiu. Mesmo com tudo isso, conforme a delegada, a vítima reatava o relacionamento. O término só foi definitivo quando ela encontrou imagens de pornografia infantil no celular dele.

No dia que incendiou a casa, Lucas aproveitou que a vítima estava trabalhando para pular o muro da residência, agredir as meninas e atear fogo. O laudo comprovou que os dois focos de incêndio estavam justamente onde se encontravam as vítimas, na sala e no quarto. A mãe das crianças é investigada por abandono de incapaz por ter deixado as meninas sozinhas em casa.

Delegada diz que Lucas, criminoso morto pelo Garras, era ciumento e controlador
Residência onde as crianças moravam. Foto: Lucas Martins/Região News.

Troca de tiros - Na madrugada de ontem (24), o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) que vieram para Sidrolândia justamente para cumprir um mandado de prisão contra Lucas. Ele foi abordado em uma oficina mecânica, na Rua Aquidauana, e, segundo a polícia, reagiu com tiros. Os policiais revidaram e atingiram o rapaz, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Crianças queimadas - A criança de 11 anos, que foi agredida e sofreu queimaduras graves durante incêndio criminoso, na madrugada do dia 8 de dezembro, teve o braço e parte da perna direita amputados, além dos dedos da mão esquerda.

Ela continua internada em coma na Santa Casa. A irmã dela, de 5 anos, que também ficou ferida no incêndio, já recebeu alta e está em casa com a família, segue se recuperando, mas está muito abalada e assustada.

Conforme a delegada, as meninas também sofreram ferimentos na cabeça. A menina mais velha sofreu corte de 20 centímetros na região da cabeça com exposição de massa encefálica, além de a suspeita de ter sofrido abuso sexual, porém este fato segue em investigação.