Incra entrega 189 títulos no Jibóia 6ª e assentados sonham com retomada da agricultura familiar

Em evento programado para a próxima sexta-feira, dia 12, o Incra entrega os primeiros 189 títulos de propriedade do Assentamento Jibóia, onde muitos dos lotes foram arrendados para o plantio de soja e milho ou até vendidos formando pequenas fazendas. O Jibóia foi criado em 2001, com o parcelamento da antiga propriedade de 7.218 hectares em 238 lotes. Nos últimos dois anos, já foram entregues 1.000 à assentados de Sidrolândia.

Para quem como dona Iva Aparecida Ortiz, resistiu as ofertas de arrendamento ou parceria para transformar os 20 hectares do lote em lavoura de soja, o título de propriedade pode abrir caminho para a reativar a micro indústria fechada em 2019, onde com a participação de alguns vizinhos integrados a uma associação pretende retomar a produção de queijo, requeijão e compota de doces, além de descascar e embalar mandioca.

Ela com apoio da Prefeitura para custear algumas adequações no espaço para atender as exigências do SIM (Serviço de Inspeção Municipal). Natural de Anaurilândia, dona Ivana ficou acampada por três anos (entre 1998 e 2001) até entrar no lote junto com a mãe, dona Zoe Pache do Amaral, hoje com 84 anos e a filha, que se formou assistente social e atualmente trabalha em Campo Grande.

Usa a produção diária de 50 litros de leite para a produção de doce e queijo que lhe rende R$ 3.500,00. Ela concilia o trabalho no lote com o serviço de agente de saúde. Para ordenha das vacas, conta com o apoio do marido que trabalha como técnico agropecuário em fazendas da região.

Quem tem também grandes expectativas com o recebimento do título é dona Odete Lacerda que está há 13 anos. Ela herdou o lote de 27 hectares que herdou o lote do pai já falecido." Outro dia fui ao banco para ver as linhas de crédito. O gerente disse que teria acesso a financiamento a partir do momento em que tiver o título do lote", explica.

Ela pretende ampliar a atual produção de leite (90 litros/dia) que deixou de vender para um laticínio porque a indústria suspendeu a compra porque a produção caiu muito e com isto não há leite suficiente para abastecer o resfriador com capacidade para receber 5 mil litros. " O leite é a vocação natural da agricultura familiar na região", avalia dona Odete. " Não é fácil aumentar a produção. Preciso de uma máquina para produção de silagem", revela.