SIDROLÂNDIA- MS
Juiz coloca em liberdade suspeito de incêndio criminoso por falta de provas
Na decisão, o juiz fundamentou a soltura do suspeito porque a Policia não teria levantado provas que demonstrem " a materialidade delitiva''.
Redação/ Região News
10 de Dezembro de 2023 - 19:58
Já está em liberdade por decisão do juiz Marco Antonio Montagna, magistrado plantonista, o mecânico L.C.K, 24 anos, preso na última sexta-feira, apontado como suspeito de ter provocado o incêndio que causou queimaduras de 3 e 4⁰ graus em duas irmãs, uma de 10 e outra de 3 anos, que dormiam na casa.
Na decisão, o juiz fundamentou a soltura do suspeito porque a Policia não teria levantado provas que demonstrem "a materialidade delitiva" que demonstrem ser ele o responsável por colocar fogo na casa localizada na Rua General Pinho. " Entendo que os indícios de autoria apontados em desfavor do conduzido, neste momento não são suficientes para se adotar a medida extrema (a prisão preventiva dele ), lembrando que não há antecedentes criminais que demonstrem eventualmente alguma inclinação à prática delitiva por parte do conduzido". Como medida cautelar, o mecânico foi proibido de deixar a cidade sem prévia autorização judicial.
Além de não decretar a preventiva do suspeito, não homologou a prisão em flagrante do rapaz. Sobre a homologação, o juiz avaliou que " não de verifica no caso presente a situação de flagrância tendo em vista que os indícios de autoria apontados em desfavor do conduzido foram obtidos por meio de investigação, o que não se confunde com a situação de flagrância".
Noite do crime - O incêndio criminoso aconteceu na madrugada desta sexta-feira (8), na Rua General Pinho, no Bairro São Bento. Segundo a mãe das meninas, ela partiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horários que começa o expediente dela em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa assistindo televisão.
Casa atingida
A mãe das irmãs de 3 e 11 anos, que foram vítimas de um incêndio criminoso na própria casa no início da madrugada na última sexta-feira, revela que o ex-namorado, principal suspeito do crime, com quem teve um relacionamento de três meses, não aceitava fim do relacionamento.
"Tivemos brigas, mas ele nunca demonstrou que faria algo contra mim ou contra minhas filhas. A gente não esperava que ia acontecer uma coisa dessas", comentou a mãe das vítimas, em coletiva de na Santa Casa de Campo Grande, onde as crianças estão internadas em estado gravíssimo.
O relacionamento terminou há duas semanas. Segundo T.A, ela teve vários desentendimentos com L.C.K, mas nunca registrou boletins de ocorrência. "Eu terminei e falei que não ia voltar mais. Desde que falei que cortaria a relação, ele não me ameaçou. Só que aconteceu isso".
Além disso, ela reiterou que acredita que o ex-namorado seja o autor do crime, já que um homem com as mesmas descrições foi visto no local. "Vizinhos disseram ter visto um rapaz alto sair de um terreno, atrás da nossa casa, e que tinha moto em frente de casa. Esse homem perguntou o que estava acontecendo e saiu.
Ela relata que, apesar de normalmente ficarem sob os cuidados de uma irmã que é residente a 8 quadras da sua casa, as meninas optaram por ficar em casa. Ao sair, a mãe deixou a residência aberta, com o portão trancado.
"Elas sempre tiveram alguém para cuidar, mas nesse dia, elas queriam ficar assistindo TV. A mais nova queria também. Eu deixei elas, mas não foi abandono, porque eu precisei sair para trabalhar e fiquei monitorando", comenta a mãe das menores."
Segundo a mãe das crianças, durante esse período, a energia da casa foi desligada, e as câmeras não registraram quem ateou fogo. "Nesse tempo, o padrão estava desligado, então perdemos as imagens das câmeras. Só temos imagens até 00h27, por dali frente não gravo, porque estava sem wi-fi".
Testemunhas relataram ter visto um homem saindo de um terreno ao lado da casa, subindo em uma moto estacionada em frente à residência. Outros vizinhos questionaram o homem, que alegou estar urinando e, em seguida, partiu sem prestar socorro.