SIDROLÂNDIA- MS
Morre em confronto com a Polícia homem acusado de atear fogo em casa com duas crianças
Os policiais revidaram e atingiram Lucas Cáceres, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
Redação/ Região News
24 de Janeiro de 2024 - 08:16
O homem suspeito de incendiar uma residência com duas crianças dentro foi morto após trocar tiros com equipe do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), na madrugada desta quarta-feira (24) na Rua Aquidauana. A criança mais velha, de 10 anos, teve 70% do corpo queimado e ainda há a suspeita de que foi estuprada.
O Garras veio para Sidrolândia para cumprir um mandado de prisão contra o suspeito, Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos. Ele foi abordado quando estava em uma oficina mecânica, na Rua Aquidauana, e reagiu com tiros.
Os policiais revidaram e atingiram Lucas Cáceres, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A polícia aguarda a perícia no local dos fatos.
Lucas já tinha sido preso anteriormente e conseguiu liberdade provisória. Na decisão de soltura, o juiz Marco Antônio Montagna afirmou que não havia provas que demonstrassem a "materialidade delitiva", ou seja, não havia provas de que o suspeito cometeu o crime. Também cita que o homem não tinha antecedentes criminais.
Entenda - O incêndio aconteceu na madrugada de uma sexta-feira, 8 de dezembro, na Rua General Pinho, no Bairro São Bento, em Sidrolândia. Segundo a mãe das meninas, ela saiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horário que começa o expediente em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa assistindo televisão.
A mãe também relatou à imprensa que a casa está equipada com câmeras de segurança, operando via Wi-Fi. Durante o expediente, ela monitorava as crianças por meio dessas câmeras e até às 00h20, não observou nada anormal. Somente à 1h10, ela recebeu a notícia por meio de vizinhos.
Ao entrar na casa, o vizinho encontrou a menina de 3 anos na cama, com o corpo em chamas, e a mais velha no sofá, também em chamas, ambas com graves ferimentos na cabeça. Durante esse período, a energia da casa foi desligada, e as câmeras não registraram quem ateou fogo.
Testemunhas relataram terem visto um homem saindo de um terreno ao lado da casa, subindo em uma moto estacionada em frente à residência. Outros vizinhos questionaram o homem, que alegou estar urinando e, em seguida, partiu sem prestar socorro.
Suspeita de abuso - A Polícia Civil ainda investiga se a criança de 10 anos que teve 70% do corpo queimado foi estuprada. A suspeita do abuso foi levantada por médico da Santa Casa onde ela e a irmã de 3 anos estão internadas. Além disso, a mais velha estava com traumatismo craniano grave, inclusive, com otorragia (sangramento pelo ouvido). Foi colhido material genético da menina.
Também há suspeita que as meninas foram espancadas. Além de marcas na mais velha, a caçula, de 3 anos, deu entrada no hospital com inchaços e escoriações no rosto e ferimentos no couro cabeludo. Parte do cabelo foi arrancada. As crianças estão internadas na Santa Casa de Campo Grande e não têm previsão de alta hospitalar.
Prisão - O suspeito foi preso na manhã do dia seguinte ao crime - sexta-feira (8) - após fugir de uma equipe policial. Ele estava em uma motocicleta por volta das 9h40 na cidade de Nioaque e quando chegou no cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Coronel Juvêncio, acabou caindo e foi algemado pelos militares.
Ele afirmou que fugiu por estar com o licenciamento da moto atrasado e foi levado para a Delegacia de Polícia Civil, em seguida liberado. No entanto, horas depois, os militares receberam a informação de que era suspeito de ter incendiado a casa onde estavam as meninas e foram até uma oficina mecânica, onde ele foi preso.
Na delegacia, o suspeito afirmou que tinha um relacionamento com a mãe das meninas e que no dia do crime estava em uma oficina ingerindo bebidas alcoólicas. Em seguida foi até o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) sozinho. Depois passou pela rua casa das vítimas e como as luzes estavam apagadas, alega que foi embora.