Sidrolândia
Prefeita decreta situação de emergência e respalda produtor a pedir seguro agrícola por perdas do milho safrinha
Na semana passada o Banco do Brasil (um dos principais agentes financeiros) prorrogou as operações de milho safrinha com acionamento do Proagro.
Flávio Paes/Região News
26 de Julho de 2021 - 13:07
A prefeita Vanda Camilo decretou situação de emergência em Sidrolândia, por 180 dias, a pedido do Sindicato Rural. A medida serve como reconhecimento da perda média de 50% na produtividade do milho safrinha decorrente da seca e posteriormente da geada registradas no mês passado. A emergência, já decretada no âmbito estadual, respalda os pedidos dos produtores de acesso ao seguro agrícola (o Proagro) e o pedido de renegociação para protelar os prazos de pagamento do crédito de custeio.
Na semana passada o Banco do Brasil (um dos principais agentes financeiros) prorrogou as operações de milho safrinha com acionamento do Proagro. Pelos cálculos da Semagro os problemas climáticos reduziram a estimativa de colheita de 9,2 milhões de toneladas para 6 milhões.
Dessa forma, o Banco do Brasil decidiu prorrogar por 180 dias após o vencimento final, as operações com pedido de Proagro pendentes de deferimento no âmbito da instituição; e por 120 dias após o vencimento, as operações com apresentação do comunicado de sinistro, cujo aviso também esteja pendente de deferimento.
Na manhã desta segunda-feira a prefeita Vanda Camilo recebeu o presidente do Sindicato Rural, Paulo Stefanello, quando assinou o decreto.
Previsão da safra
O Sindicato Rural projeta uma perda de 50% na produtividade média, de 91 sacas por hectare para a faixa de 46 sacas, insuficiente até para cobrir os custos de produção (equivalentes a 50 sacas por hectare no caso de quem investiu pesado em tecnologia na expectativa de colher mais que o dobro disso).
No início do plantio, a expectativa é de que Sidrolândia repetisse pelo terceiro ano consecutivo seu recorde de produção de milho. A área cultivada aumentou 20 mil hectares (de 180.470,85 hectares para mais de 200 mil hectares). Mantida a produtividade de 91,4 sacas/ha, a produção aumentaria de 989.890,88 toneladas para quase 1,1 milhão de toneladas, superando a melhor safra do município, a 2019, quando foram colhidos mais de 1,050 milhão de toneladas, em 182.287,07 hectares plantados, mas a produtividade chegou a 96,9, sacas por hectare.
Nem mesmo o aumento de 132,39% na cotação do grão que em um ano passou de R$ 39,70 para R$ 92,60, nesta primeira semana de junho teve uma ligeira queda de 8,51% (está em R$ 88,00), alivia este cenário de perda de rentabilidade e prejuízo mesmo.
Segundo análise da equipe técnica da Famasul que monitora a evolução da safra e mercado, poucos produtores se beneficiam destes preços pela simples razão que não tem milho em estoque para comercializar. Outro aspecto é que 40% da safra foi vendida antecipadamente com o preço pré-fixado, na época do plantio em R$ 35,00, que na época era a cotação de mercado e se imaginava uma estabilização dos preços diante da perspectiva de uma grande produção.
A venda antecipada para cooperativas e grandes trading exportadoras, é saída para o produtor que não tem capital próprio para custear a própria safra escapar do financiamento bancário. Os grandes produtores fazem um mix das três alternativas de financiar o custeio.
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