Sidrolândia
Refugiados venezuelanos que chegarem há 10 dias, já estão trabalhando e alugam casas
Flávio Paes/Região News
02 de Novembro de 2020 - 20:17
Eles chegaram no dia 23, completaram 10 dias de estadia em Sidrolândia e gradativamente começam a vivenciar a rotina da cidade. Dos 47 refugiados que aqui chegaram no último dia 23, 35 já estão morando em casas alugadas pela empresa e parcialmente mobiliadas com ajuda de doações da comunidade.
Só há 12 venezuelanos abrigados no alojamento improvisado no pavilhão da Associação Empresarial no Parque de Exposição Waldomiro João Comparim. Desde a última quarta-feira eles estão trabalhando no segundo e terceiro turno do Frigorífico JBS, que lhes fornece as refeições e o café da manhã.
Não é fácil a adaptação numa cidade que há poucos dias sequer sabiam que existia, há quase 4 mil quilômetros de onde estavam, em Boa Vista, capital de Roraima, fugindo do desemprego e da desvalorização da moeda (o Bolívar).
Famílias inteiras vieram para Sidrolândia atraídas por uma oportunidade de emprego com salário suficiente para se manterem aqui e ainda ter um saldo que pretendem enviar para Venezuela, onde alguns parentes mais idosos ainda estão.
Ruth Valeria, 24 anos, o marido e dois irmãos, um dele acompanhado da esposa, espera até sexta-feira estar fora do alojamento, cada um morando em suas respectivas casas. Todos são de El Tigre, uma cidade de 35 mil habitantes que fica a 1.000 quilômetros de Boa Vista onde se refugiaram. Quem primeiro veio para o Brasil foi Liliane Valeria, 39 anos, médica de profissão.
Ela trabalha num hospital de campanha montado na capital de Roraima para atender vítimas de Covid-19. Liliane atualmente se prepara para fazer a prova do Revalida e caso seja aprovada, poderá exercer sua profissão de forma regular no território brasileiro.
Ruth está há 8 meses no Brasil, retornou a El Tigre onde foi visitar a mãe, mas decidiu vir para Sidrolândia junto com o marido, os irmãos e as cunhadas. Um deles trabalhava em fazendas na Venezuela, recebendo em torno de R$ 300,00, aproximadamente 20% do que vai receber pelo trabalho no frigorífico, fora os benefícios, como cesta básica e plano de saúde.