Sidrolandia
Governadores que disputam reeleição conquistam doações
Folha On-line
10 de Setembro de 2010 - 10:12
Dos 20 governadores que disputam a reeleição em outubro, 14 deles arrecadaram mais recursos de campanha de que seus adversários.
Entre os 20 governadores, 12 lideram as pesquisas --11 estão em primeiro lugar nos rankings de arrecadação e de intenções de voto.
Especialistas ouvidos pela Folha dizem que a liderança nas pesquisas determina mais arrecadação do que o fato de eles serem candidatos à reeleição.
No Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB) lidera as pesquisas e a preferência dos doadores. Ele arrecadou R$ 10,4 milhões --92% vêm de pessoas jurídicas.
Em Alagoas, o governador tucano Teotonio Vilela Filho, que está em terceiro na pesquisa Ibope, mas em empate técnico com os dois primeiros, arrecadou mais que todos seus adversários juntos.
O coordenador da campanha de Vilela Filho, Geminiano Jurema, atribui a arrecadação à confiança que a campanha passa aos investidores, "com transparência e legalidade", e ao potencial de vitória do candidato.
Para Jurema, o fato de Vilela estar no cargo não influencia a arrecadação.
MINAS
Em Minas Gerais, o governador Antônio Anastasia (PSDB), que está em segundo lugar no levantamento do Datafolha, já arrecadou quase o dobro de seu adversário Hélio Costa (PMDB), que lidera a disputa.
No Pará, a governadora Ana Julia Carepa (PT) arrecadou três vezes mais que seu principal adversário, o tucano Simão Jatene. Na pesquisa Ibope divulgada no início do mês, Jatene aparece com dez pontos percentuais à frente da petista.
Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas Fernando Weltman, o que faz as empresas doarem mais é saber quem está entre os favoritos nas pesquisas e ter afinidade com as posições políticas do político. "Quem tem dinheiro não aposta em quem não ganhará. Desde que esteja dentro da lei, não há nada de errado."
Para o cientista político Bruno Speck, da Unicamp, o levantamento feito pela reportagem mostra que a relação entre reeleição e alta arrecadação "não são tão fortes assim". Praticamente um terço dos governadores não lideram a arrecadação.
"Aparentemente, os dados mostram que a reeleição não é um fator que aniquila ou que coloca em desequilíbrio o jogo eleitoral", disse.